Antigos animais gelatinosos, que possuíam formato de árvores de Natal, eram protegidos por duros esqueletos espinhosos e não tinham tentáculos, diferente da maioria dos seus parentes mais próximos hoje em dia. Isso pelo menos é o que sugere um estudo recente divulgado na revista Science Advances por pesquisadores da Universidade de Geosciences, em Beijing. Para a pesquisa, foram analisados seis fósseis de águas-vivas-de-pente que, apesar do nome popular, pertencem ao filo Ctenophora e não ao Cnidário.

Ilustração do corpo da antiga água-viva-de-pente (Foto/Reprodução: Dr. Qiang/Pinterest)

Este estudo está sendo considerado uma descoberta surpreendente sobre os ancestrais das águas-vivas-de-pente,  cujo os parentes modernos hoje não tem esqueletos e possuem tentáculos. Como corpos macios não se fossilizam bem, os pesquisadores acharam por muito tempo que os ancestrais destes animais tinham corpos macios como os dos seus parentes atuais, porém, evidência encontradas em Chengjiang, um local rico em fósseis, no sudoeste da China, sugere o contrário.

O estudo
Os investigadores descobriram fósseis de seis destes animais que viveram a cerca de 520 milhões de anos atrás, durante o período Cambriano. Ao contrário dos Ctenophora modernos, eles possuíam um tipo de proteção diferente, como um tipo de espinho no esqueleto. Alguns dos fósseis estudados são novos para a ciência, enquanto outros foram originalmente descritos anos atrás.

“Fiquei muito surpreso quando percebi que eles estes animais possuíam este esqueleto”, disse o co-autor do estudo, Qiang Ou, da Universidade China de Geociências, em Pequim. “Ou eles foram ignorados ou ainda não haviam sido percebidos.”

Predadores vorazes
Quase tão surpreendente quanto os esqueletos, é algo que as antigas águas-vivas-de-pente não têm: tentáculos. A maioria destes animais modernos têm tentáculos urticantes com células pegajosas especializadas que as ajudam a capturar suas presas. Apesar disso, alguns gêneros atuais não possuem o membro, como seus representantes antigos.

Sem ter como “agarrar” a presa, estes animais sem tentáculos usavam o próprio corpo gelatinoso como arma, assim como os representantes atuais do filo que não possuem tentáculos. “Eles se alimentam aprisionando-os em uma cúpula em constante contração de carne”, disse a bióloga Rebecca Helm, ao Science Daily. “A presa é forçada cada vez mais a chegar perto da boca do animal, até que finalmente ele é consumido”.

Agora, os pesquisadores pretendem descobrir como a espécie foi extinta, já que a estrutura do seu corpo a protegia de predadores e outros danos ambientais.

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