A Terra pode estar caminhando para o seu sexto período de extinção em massa, fase que não era observada há aproximadamente 65 milhões de anos. Isso pelo menos é o que concluiu um estudo divulgado neste mês por cientistas na revista Science Advances.

Urso polar está ameaçado pela perda de habitat
(Foto/Reprodução: Gerard Van der Leun/ Flickr –CC BY-NC-ND 2.0)

O estudo, desenvolvido por pesquisadores da Universidade Nacional Autônoma do México, Universidade de Stanford, da Universidade de Princeton e da Universidade da Califórnia, foi projetado para determinar como as ações humanas ao longo dos últimos 500 anos têm afetado as taxas de extinção de vertebrados: mamíferos, peixes, aves, répteis e anfíbios. Segundo o material, foi constatado um sinal claro de perda de espécies elevada, acima da média normal, e que tem acelerado significativamente ao longo dos últimos cem anos, de tal forma que a vida na Terra está embarcando em seu sexto maior evento de extinção em sua história de 4,6 bilhões de anos.

Segundo Geraldo Ceballos, um dos líderes da pesquisa, medir as taxas de extinção é uma tarefa difícil, porém, após conseguirem mensurar estes dados, os resultados foram preocupantes. De forma geral, a taxa moderna de perda de espécies foi comparada com as “taxas naturais de desaparecimento de espécies antes de a atividade humana dominar”. Para o estudo, os pesquisadores utilizaram uma taxa de extinção que era duas vezes maior que as estimativas amplamente utilizadas em outros trabalhos.

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Neste trabalho, os pesquisadores consideraram que a taxa de extinção no passado era de dois mamíferos por 10 mil espécies a cada 100 anos. Logo, a “taxa média de perda de espécies de vertebrados no último século é até 114 vezes maior do que seria sem a atividade humana, mesmo levando em conta as estimativas mais conservadoras de extinção de espécies”, explicou o estudo. Apesar de já ser um número alarmante, os pesquisadores ressalvam que, provavelmente, ele não está nem perto do cálculo real relacionado às taxas de extinção.

“Nosso objetivo era colocar um limite inferior realista sobre o impacto da humanidade sobre a biodiversidade”, disseram na pesquisa.

CAUSAS
Este aumento crescente em taxas de extinção é causado por situações que englobam a mudança climática devido a poluição, o desmatamento e outros. De acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês), cerca de 41% de todas as espécies de anfíbios e 26% de todos os mamíferos estão ameaçadas de extinção.

No fim do trabalho, os pesquisadores pediram esforços imediatos para ajudar na conservação de espécies já ameaçadas e para evitar que outras entrem na mesma situação.

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