A população negra com cabelos naturalmente loiros

Um fato curioso nas Ilhas Salomão, um arquipélago localizado no Oceano Pacífico, confunde cientistas e especialistas em genética há anos. Lá, parte da população nativa, de pele negra, tem os cabelos naturalmente loiros.

As hipóteses iniciais sobre a característica rara estava atrelada à herança genética de ancestrais europeus distantes, que fizeram comércio na região no século passado. Outra hipótese também era que a cor do cabelo estava relacionada à exposição excessiva das pessoas ao sol.

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Contudo, todas essas teorias foram derrubadas por pesquisadores da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, que descobriram que a variante genética responsável pela cor dos cabelos nos negros da ilha é diferente da que causa a mesma característica nos europeus.

Com o tempo, outros estudos apontaram da onde poderia vir a variação nos tons de loiro. Uma das pesquisas que analisou, desenvolvida na Nova Scotia Agricultural College, apontou que não há quase nenhuma variação nos tons de loiro, o que sugere que a cor do cabelo é governada por genes. Para provar sua teoria, os pesquisadores coletaram saliva e amostras de cabelo de mais de 1.200 pessoas das Ilhas Salomão. A partir delas, eles compararam a composição genética de 42 nativos de cabelos escuros e 43 loiros.

A pesquisa descobriu que os dois grupos possuíam genes com versões muito diferentes de um gene essencial, o TYRP1, que codifica uma proteína envolvida na pigmentação. A mudança minúscula de apenas uma parte no código genético conseguiu marcar a diferença entre cabelos escuros e cabelos loiros dessa população.

Acredita-se que a mutação provavelmente surgiu por acaso em um indivíduo. A frequência, por sua vez, pode ter aparecido porque a população original da ilha é muito pequena.