Cientistas começaram a identificar traços da mutação responsável por transformar leopardos em panteras negras. Em 2013, numa publicação da revista científica Plos One, dois cientistas brasileiros e outros dos EUA e Rússia flagraram também a alteração genética responsável por produzir a versão negra de outro felino selvagem, o gato-dourado-asiático.

Gary Whyte

Eduardo Eiziri, um dos autores brasileiros do estudo, é biólogo da PUC gaúcha e há quase dez anos foi coautor do trabalho que identificou pela primeira vez as mutações que produzem versões pretas do gato doméstico, da onça-pintada e do jaguarundi.

Uma reportagem da Folha de S. Paulo revelou que, há grosso modo, existem dois jeitos principais de criar um felino negro, ambos envolvendo um receptor, ou fechadura química, conhecida como MC1R. É nessa fechadura que se encaixam as moléculas de um hormônio que estimula a produção da eumelanina, o pigmento da cor escura.

Por um lado, se o MC1R ficar hiperativo durante o desenvolvimento do animal, ele pode nascer melânico. Por outro, o receptor pode ser bloqueado por outra molécula, conhecida como ASIP, cuja ação leva à produção de um pigmento de cor clara. Se a ASIP for eliminada, portanto, o bicho também pode acabar ficando escuro.

AFP/GETTY

Ora, o que o novo estudo mostrou, estudando 11 panteras-negras asiáticas, é que o DNA dos animais tinha uma alteração de uma única “letra” química no gene que contém a receita para a produção da ASIP. Essa letrinha trocada é suficiente para atrapalhar a fabricação da proteína e inutilizá-la.

Resultado: leopardos de pelos pretos, mas só se os bichos carregarem duas cópias do gene alterado.

8 COMENTÁRIOS

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor informe seu comentário!
Por favor informe seu nome aqui