O perigo do coral-sol ao ecossistema costeiro do Brasil

O coral-sol é uma espécie de coral que pertence ao gênero Tubastraea, caracterizado por se espalhar por profundidades que vão de 50 centímetros a 15 metros. No Brasil, o coral virou um problema por conta da bioinvasão destes seres, que ameaça o ecossistema costeiro de diversas regiões.

Uma reportagem o Globo revelou que a invasão desta espécie de coral começou pela Baía da Ilha Grande e já teria se espalhado por todo o litoral fluminense. Estes seres teriam entrado acidentalmente no Brasil através de plataformas de petróleo e gás encomendadas pela Petrobras, que passaram pelo Estaleiro Brasfels, em Angra dos Reis.

O coral-sol se tornou uma verdadeira praga que se espalhou de uma maneira que não pode mais ser controlada. Essa espécie é muito agressiva e eficiente na reprodução, o que acabando eliminando, através da competição, as espécies nativas, causando um grande desequilíbrio ecológico. Uma das espécies afetadas é a do coral-cérebro (Diploria labyrinthiformis), que só existe no Brasil. Outro dano inclui a redução do número de peixes em áreas afetadas.

PREOCUPAÇÃO

Pensando no caso, uma audiência pública foi realizada na última segunda feira (05), no Rio de Janeiro, para procurar uma forma de lidar com a situação. Em 2012, Monique Cheker, procuradora da República de Angra, durante uma visita à Estação Ecológica de Tamoios, emitiu um sinal de alerta sobre o problema. A região da Baía da Ilha Grande é a mais afetada porque a temperatura da água é mais elevada, principalmente nas proximidades das usinas nucleares, o que facilitaria a proliferação da espécie. Foi instaurado um inquérito civil público que levou à identificação de alguns locais da costa de Angra já contaminados: os terminais da Petrobras, da Brasfels e da Vale.

ORIGEM

Um dos integrantes do Grupo de Estudos de Mamíferos Marinhos da Região dos Lagos, o biólogo Salvatore Siciliano disse em entrevista ao Globo que o coral-sol é originário das Ilhas Galápagos. Os primeiros foram identificados há dez anos na Baía da Ilha Grande, mas os corais assassinos, segundo ele, já se dispersaram por boa parte do Sudeste.