Um fóssil de 120 milhões descoberto no Ceará e anunciado oficialmente na última quarta feira (21) ajuda a entender a origens de pelo menos 150 espécies de plantas familiares nos continentes asiático, africano e americano. O material, descoberto em 2012 por pesquisadores Universidade Regional do Cariri (Urca), na cidade de Nova Olinda, está sendo considerado um marco no meio científico. Um artigo publicado na Academia Brasileira de Ciências já confirmou a idade e a importância do fóssil.

Fóssil 120 milhões de anos
Imagem da Cratosmilax jacksoni (esquerda) descoberta no Ceará. À direita, foto da Japecanga, que é uma representante atual do fóssil (FOTO: Divulgação)

A planta fossilificada, registrada como da espécie ‘Cratosmilax jacksoni‘, possui um representante atual, a japecanga. Segundo a pesquisa. a espécie do período cretáceo, quando os continentes eram unidos em um grande bloco de terra, conhecido como Pangeia.

“Até pouco tempo, nós tínhamos fóssil dessa planta de 40 milhões de anos, quando os continentes já eram separados. Como essa planta subsepeciou [deu origem a novas plantas, por meio da evolução das espécies] em mais continentes, nós sabíamos que um dia a gente iria encontrar esse fóssil mais antigo, da época da Pangeia. E a prova foi achada no Ceará”, explica o professor Álamo Saraiva ao G1.

Segundo informações do portal, a japecanga que existiu no território que hoje é o Cariri cearense deu origem a plantas como grama e a palmeira no hemisfério sul do globo terrestre, explicou o professor Álamo.

A autora do trabalho em torno da descoberta, a doutora Flaviana Jorge de Lima, destaca que essa é a primeira pesquisa descrita com localidade estratigráfica, o que possibilita a datação do fóssil por meio de estudo de camadas de rocha onde foi localizado.

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