Conhecidos popularmente como pernilongos, os mosquitos do gênero Culex, que atacam principalmente em épocas quentes, escolhem suas vítimas pelo cheiro.Isso é o que apontam pesquisas feitas por cientistas de instituições de São Paulo.

De acordo com Paulo Ribolla, biólogo e professor do Instituto de Biociências de Botucatu, da Unesp, em entrevista à Folha de São Paulo,  só as fêmeas picam e os ataques geralmente acontecem de noite, ou em lugares escuros. Segundo o professor, quem tem um metabolismo mais acelerado está mais sujeito às picadas. Isso porque as pernilongas rastreiam no ar o CO2 e o ácido lático ­substâncias geralmente produzidas em maior quantidade por essas pessoas ou após grande esforço físico.

“Os mosquitos têm proteínas em suas antenas que funcionam como receptores de cheiro. A atração que os pernilongos têm por alguma pessoa em especial pode estar relacionada à flora de bactérias e fungos presentes na pele”, explica Ribolla.

Além disso, a coceira no local em que a pessoa é picada decorre da reação alérgica que o organismo produz às substâncias presentes na saliva do bicho. Como em todos os casos de resposta alérgica, algumas pessoas são mais sensíveis do que as outras. Dependendo do caso, alguns, mesmos picados, nem percebem que foram mordidos.

De acordo com a pesquisadora Maria Anice Sallum, bióloga e professora da Faculdade de Saúde Pública da USP, a quantidade de alimentos, como frutas e doces, que poderiam atrair os animais, teria que ser consumida em alta quantidade para ter esse efeito. Logo, pessoas que são mais atacadas tem uma característica biológica que atrai os bichos, pouco podendo fazer para mudá-la (além de usar repelente). 

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