Conhecido internacionalmente como Desert Grassland Scorpion (Paruroctonus utahensis), este escorpião chama a atenção pela sua capacidade de brilhar no escuro. Uma reportagem do portal Veja revelou que pesquisas associaram o brilho verde que eles emitem sobre luz ultravioleta como um instrumento rudimentar que ‘sente’ as variações de luz e ajuda o animal a se proteger de predadores.
Em uma primeira análise, foi constatado que os animais parecem ser sensíveis à luz ultravioleta, apesar de não conseguirem enxergá-la. Para os cientistas, eles sentem os raios UV por meio do exoesqueleto.
Em princípio, os escorpiões não sofrem por falta de olhos, pois algumas espécies possuem até seis pares. Mas, apesar da quantidade, os animais podem não enxergar muito bem. Segundo os cientistas, eles captam imagens em um tom azul-esverdeado. Com seus corpos, porém, é possível que captem a luz invisível aos olhos.
No estudo, o biólogo Douglas Gaffin, da Universidade de Oklahoma, nos Estados Unidos, sugeriu que os escorpiões percebem a luz UV em seus corpos e a transformam em pigmentos verdes, que podem ‘ver’. Com isso, os animais identificam melhor o ambiente ao seu redor.
As pesquisas começaram quando, além da capacidade de emitir luz, os biólogos perceberam que estes animais sempre estavam buscando abrigo sob pedras ou vegetação, mesmo na mais absoluta escuridão. Em entrevista a revista americana Wired, o cientista questionou “Como eles conseguem encontrar uma folha e ficar embaixo dela na escuridão?”. “Pode ser uma espécie de alarme, que fica disparando até o escorpião encontrar abrigo. Qualquer sombra talvez desligue esse alarme”, explica.
Como não há muita sombra à noite, os cientistas concluíram que o corpo supersensível ‘sente’ a radiação ultravioleta do luar e de estrelas e planetas. Para comprovar isso, foram feitos testes com os animais em câmaras escuras. As cobaias passavam algum tempo no escuro e depois eram expostas a várias intensidade de luz. E elas fugiam de sua fonte. Gaffin então cobriu os olhos dos escorpiões com papel alumínio e eles se tornaram menos sensíveis à luz azul-esverdeada, mas continuaram fugindo da luz UV com a mesma intensidade.