Um estudo recente divulgado na revista Science dessa última quinta feira (23) descreveu o fóssil de uma nova espécie de cobra, que viveu no Brasil há mais de 120 milhões de anos e tinha como característica mais chamativa o fato de ter patas. O estudo foi desenvolvido por David M. Martill, paleontólogo da Universidade de Portsmouth, no Reino Unido, Helmut Tischlinger e Nicholas Longrich.

Fóssil de cobra pré-histórica
(Foto: Reprodução/Nature)

Logo após ser divulgada, a nova tese de que algumas espécies de cobras podem ter tido patas antes de passarem por um processo evolutivo gerou polêmica entre estudiosos. Segundo o artigo da Science, a peça é originária da Formação Crato, na Bacia do Araripe, no Ceará, porém, a peça encontra-se na Alemanha. Como o autor da investigação e o museu onde se encontra o artefato não deram detalhes sobre como ele teria chegado à Europa, a suspeita principal é que ela pode ter sido retirada de maneira ilegal do país e levada para a Alemanha, onde está abrigada no Museu Bürgermeister-Müller, em Solnhofen.

A ESPÉCIE
A “cobra-de-patas” foi catalogada como ‘Tetrapodophis amplectus’. O animal possuía quatro patas com cinco dedos cada e teria vivido quando ainda existia o supercontinente Gondwana, no território onde atualmente fica o Brasil. Para os autores da pesquisa, o fóssil comprova ainda mais uma tese debatida a anos:  de que lagartos e cobras, em termos de evolução, são espécies muito próximas.

Cobra pré-histórica
Ilustração mostra como seria a espécie (Foto: Reprodução/Nature/Julius Cstonyu)

Segundo Martil, a nova espécie de cobra tem um corpo plano de serpentes com um tronco alongado, cauda curta e grandes escamas ventrais, sugerindo características de locomoção serpentina, além, claro, das patas que eram bem pequenas com relação ao resto do corpo. “A estrutura de membros sugere que elas foram adaptadas para agarrar coisas como sua presa ou para segurar a fêmea durante o acasalamento”, diz a descrição do artigo.

“É o primeiro fóssil de cobra com quatro patas e cinco dedos. Isso muda a história evolutiva das cobras. Conhecia-se apenas três estágios e agora, eles são quatro”, explica Álamo Feitosa, diretor científico do Geopark Araripe em entrevista ao G1.

54 COMENTÁRIOS

  1. A Biblia já disse que a serpente passaria a rastejar após o pecado….. Não é surpresa nenhuma…
    Gênesis 3 – 14. Então o Senhor Deus disse à serpente: Porquanto fizeste isso, maldita serás tu dentre todos os animais domésticos, e dentre todos os animais do campo; sobre o teu ventre andarás, e pó comerás todos os dias da tua vida. – Bíblia JFA OFFline

  2. O fóssil provavelmente foi contrabandeado para lá… Há uma lei que proíbe a retirada de matéria paleontológico do país, como sei a euforia e ansiedade de um pesquisador para publicar suas descobertas, duvido que esse exemplar tenha saído do Brasil antes da lei ser criada na década de 40.
    Nenhum estudioso vai esperar 75 anos pra fazer uma publicação!

    • Antonio Carlos, concordo plenamente com o seu comentário, pois já ouvi historias que pesquisadores Brasileiros encontraram um fóssil (no Ceará também), porém um gringo fez a publicação antecipadamente (no caso pagou pra alguém mandar o fóssil, porque foram encontrados mais que um) e o Brasileiro perdeu o titulo que seria merecido pela descoberta.

  3. Infelizmente isoo não é uma exclusividade do nordeste… O Brasil sempre foi saqueado quando se trata de descobertas científicas, em todos os âmbitos, isso é um reflexo da falta de uma interesse governamental por pesquisa, isso faz parte da cultura medíocre da política do país… “É mais fácil e lucrativo passar o trato e plantar soja “.
    Isso em dói na alma!

  4. Infelizmente isso acontece todo dia aqui no Brasil. Vem equipes de cientistas e outros estudiosos e dizem que estão conhecendo o clima e os costumes, mas vem com intuito de pesquisar, e, achando algo interessante, levam e são tidos como descobridores de novos horizontes.
    Como nós não temos fiscalização em NADA e não pesquisamos a nossa história a fundo (que por sinal é muito rica), vamos sempre ser o “marido corno”, o último a saber.

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