Cientistas do Instituto Virginia Tech, em Blacksburg, nos Estados Unidos, divulgaram um estudo onde dizem ter conseguido alterar o sexo de espécimes do mosquito Aedes aegypti, que transmite a dengue através das fêmeas da espécie. A “operação” só foi capaz de ser feita porque os mesmos pesquisadores conseguiram identificar o gene responsável por determinar o sexo do mosquito, responsável também por transmitir a febre amarela e o vírus chikungunya.

Cientistas transformaram mosquitos fêmeas em machos
(Foto/Divulgação: Alexander Wild/Vtnews)

Segundo a pesquisa, o chamado Nix é um interruptor genético que fica escondido no genoma do inseto e por isso ainda não havia sido descoberto. Em testes realizados em laboratório, os cientistas injetaram a substância em embriões de mosquitos e como resultado tiveram mais de dois terços de mosquitos fêmeas que desenvolveram órgãos genitais masculinos e testículos. O estudo fornece a base para o desenvolvimento de estratégias de controle de mosquitos através da conversão de fêmeas em machos não transmissores de patógenos.

O mosquito, que é originário da África, começou a se espelhar pelo mundo através dos navios que vinham do continente por volta do ano de 1.700 e hoje representa um grande problema para saúde pública. Somente no Brasil, até abril de 2015, já haviam sido registradas cerca de 229 mortes por dengue, segundo relatórios do ministério da saúde.

“Nós não estamos lá ainda, mas o objetivo final é ser capaz de estabelecer linhagens transgênicas que expressam Nix em mosquitos geneticamente fêmeas para convertê-las inofensivos machos”, disse Zach Adelman, um professor de entomologia na Faculdade de Agricultura e Ciências da vida e um afiliado ao Fralin Life Science.

Ainda segundo Brantley Hall, coautor de uma das primeiras publicações do estudo, “A redução da população dos mosquitos em áreas onde não são nativos não oferece grande risco ambiental e pode melhorar significativamente a qualidade de vida do homem”.

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