Uma nova análise dos genomas do mamute-lanoso (Mammuthus primigenius), publicada em forma de artigo na revista cientifica Science Reports, revelou várias adaptações que permitiram que estes grandes animais peludos prosperassem nas temperaturas abaixo de zero da última idade do gelo. Mas, mais que isso, as descobertas recentes podem permitir aos cientistas que ressuscitem um dos ícones da era glacial ou, pelo menos, criem um elefante asiático ‘hibridizado’ com algumas das características físicas de seu primo distante.

Ilustração de um Mammuthus primigenius
(Ilustração/Reprodução: Science Picture Co/Getty Images)

”Não vai demorar muito tempo até estarmos tecnicamente capazes de fazê-lo, mas se devemos é uma questão diferente”, disse o biólogo evolucionista da Universidade de Chicago, Vincent Lynch, autor de um estudo sobre o mamute, em entrevista ao portal norte-americano Live Science.

O DNA destes mamíferos foi extraído do pelo de dois exemplares encontrados na Sibéria há alguns anos atrás. Um dos mamutes viveu a cerca de 20.000 anos atrás e o outro viveu há, aproximadamente, 60 mil anos.

A equipe envolvida no estudo foi capaz de comparar os genomas dos animais extintos com os dos seus primos modernos, os elefantes asiáticos (Elephas maximus), já que eles compartilham um ancestral comum. Os cientistas também descobriram diversos genes exclusivos dos mamutes que lhes atribuíam características físicas que possibilitavam o animal viver nas baixíssimas temperaturas da idade do gelo, como por exemplo, sua pele lanuda que armazenava o calor, e o tamanho pequeno de sua calda e orelhas, que evitavam a dissipação de energia.  Além destas características mais visíveis, os mamutes se diferenciavam dos elefantes na forma de armazenamento de gordura e na produção de insulina.

Segundo informações do Live Science, as novas descobertas trazem o mundo para mais perto de ter o primeiro mamute clonado, ou algo bem próximo a isso. Inicialmente, os pesquisadores tentarão criar um híbrido de elefante asiático e mamute-lanoso resistente ao frio, contou George Church, geneticista da Universidade de Harvard envolvido em outra pesquisa sobre clonagem de mamutes, ao LS. A pesquisa de Church, porém, ainda não foi publicada em nenhuma revista cientifica e trabalha usando uma ferramenta genética de “cortar-e-colar” chamada CRISPR, a fim de tentar emendar um punhado de genes de mamute em células do elefante asiático.

“O sequenciamento do genoma não é a parte mais difícil do processo; montagem de um genoma inteiro do zero que, na verdade, funciona como material genético natural é mais difícil”, disse Church.

57 COMENTÁRIOS

  1. 1. O animal foi extinto via evolução, acho desnecessário e imprudente a volta de espécies extintas por vias naturais.
    2. Existem inúmeras espécies que aparecem em listas de extinção atuais que poderiam ser ajudadas com esse dinheiro.
    3. Qual seria o habitat para esse animal, a Europa e EUA (antigos habitats da espécie) estariam feliz em ceder terras à este o bicho, pois um animal desse porte vive em terras geladas e necessita de grandes porções de terra para seu desenvolvimento.

  2. Estão com medinho do avanço científico? Hahahah!
    Andam vendo muita ficção. Será simplesmente MARAVILHOSO ver isso.
    E não se trata de “desextinguir” a espécie, mas e criar um espécime similar ao antigo. Pra fins científicos ora. LINDO.

  3. Eu acho que eles não deveriam mexer com o que não conhecem e não sabem o que pode acontecer se esse animal voltar a vida.Se vivia naquela era estava preparado para enfrentar animais do seu porte e até mais. Imaginem nós na era em que estamos, voltarmos tanto no tempo e enfrentarmos um animal assim.Já basta todos os problemas que os seres humanos enfrentam na atualidade!

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