Produtores norte-americanos estão alertando para o possível desaparecimento da variedade mais comum da banana, a Cavendish (no Brasil, conhecida como banana d’água e/ou nanica). A ameaça se dá por conta de um novo fungo, que pode por em risco também todas as outras espécies de bananas espalhadas pelo mundo.

(Foto: Toni Scott)

O caso, revelado pela BBC, ganhou notoriedade esta semana. A possibilidade de extinção, segundo especialistas, tem a ver com uma propriedade rural no condado de Derbyshire, na Inglaterra, onde, há 180 anos, foi desenvolvida a variação da fruta que se tornaria a mais consumida no mundo.

A AMEAÇA

O fungo que veio a se tornar risco para as atuais espécies de bananas foi registrado pela vez em 1950 e ficou conhecido por causar a Doença do Panamá. Na época, milhares de plantações de outros tipos de bananas foram dizimadas, mas a Cavendish não foi afetada, motivo que tornou esta espécia a preferida de agricultores mundo afora. Por ser imune ao fungo assassino, a fruta logo passou a ser exportada para o mundo todo.

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Segundo informações da BBC, o problema é que, com o passar do tempo, o fungo responsável pela Doença do Panamá evoluiu, e, desta vez, pode afetar as Cavendish. Nos últimos meses, mais de 10 mil hectares de plantações já foram destruídos.

A REDESCOBERTA
O fungo foi redescoberto em 1992, no Panamá, e detectado desde então na China, Indonésia, Malasia e Filipinas. De acordo com a Panama Disease, entidade formada por pesquisadores holandeses para alertar sobre o perigo da doença, o novo fungo afetará logo, e em larga escala, plantações da América do Sul e África.

“O problema é que não temos outra variação da banana que seja imune à doença e que possa substituir a Cavendish”, diz Gert Kema, especialista e produção da planta na Wageningen University and Research Centre, na Holanda, e um dos membros do Panama Didease.org.

“É mais ou menos possível conter (o fungo) com medidas severas, mas isso não significa que a doença não será transmitida”, explicou Alistair Smith, coordenador internacional da organização Banana Link.

“Podemos detectar e rastrear o fungo muito melhor do que antes, mas o problema persiste, pelo fato de que a Cavendish é muito vulnerável à doença”, ressalvou Kema.

Agora, os pesquisadores trabalham com a possibilidade de criar uma variação da Cavendish, que não seja vulnerável ao fungo. A eventual extinção da banana traria impacto severo para a economia e a dieta de vários países, lembram os pesquisadores.

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