Pesquisadores britânicos realizaram um estudo que indica um comportamento nas abelhas que chama a atenção: elas podem “se viciar” em cafeína. O trabalho foi divulgado na revista especializada Current Biology.

De acordo com informações da revista, o processo se inicia com plantas que produzem a cafeína naturalmente. Os cientistas, da Universidade de Sussex, descobriram que as abelhas que tem contato com essas plantas acham o efeito da cafeína irresistível e acabam escolhendo néctar com a substância em vez do néctar de outras plantas.

Pesquisadores usaram néctar com cafeína para observar comportamento das abelhas (Foto: Roger Schürch)

Segundo a líder da pesquisa, Margaret Couvillon,  o comportamento é interessante por mostrar, principalmente, que a planta consegue exercer um tipo de dominação sobre a abelha.

“A ação é semelhante a de drogar o inseto”.

Apesar da descoberta, essa não é a primeira vez que os efeitos da cafeína são notados em abelhas. Francis Ratnieks, um dos membros da equipe da Universidade de Sussex, disse à BBC que outras pesquisas já haviam mostrado que a cafeína do néctar de algumas plantas melhorava a memória destes insetos para localizar uma flor.

Para descobrir até onde iam os efeitos da percepção desse néctar cafeinado, a equipe colocou duas flores artificiais para abelhas se alimentarem: uma contendo néctar doce sem cafeína e outra com uma concentração do composto parecida com a encontrada em muitas plantas.

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As abelhas retornavam para o néctar com cafeína mais rapidamente, fazendo mais viagens para coletar o composto. Mas a descoberta mais marcante foi que a cafeína fazia com que as abelhas “dançassem” muito mais, fazendo movimentos para comunicar a localização de uma fonte de néctar para outras abelhas.

“A grande maioria das abelhas não dança – elas fazem isto apenas para comunicar um lugar particularmente bom (para encontrar comida)”, afirmou.

Os cientistas concluíram que a cafeína teve um efeito nos insetos “semelhante a de uma pessoa drogada”, levando eles a se comportarem como se a fonte de néctar fosse de mais qualidade e mais rica em açúcar.

 

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